terça-feira, 21 de julho de 1992

Adulto

Grito! E daí!
Grito mais alto
A cada grito seu.
Grito que estou cheio
Cheio de seu medo
Cheio de sua insegurança
Cheio de ser só eu o adulto
E você, sempre a mesma criança
E quando o grito passa
Me sinto sem graça
Ao ver teu rosto magoado
E me agarro a você
Como um náufrago
Na tábua de salvação.
Sinto o teu cheiro
Ouço teu coração
E também choro
E nessa hora
O adulto vai embora
E toda fortaleza se desmancha
Por que apesar de ser adulto
Não passo de uma criança.

Roberto /92

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