sexta-feira, 24 de julho de 1992

Eco vazio

Silêncio absurdo
Grito, não sou mudo
E os ecos resvalam
Em uma parede qualquer
Voltam e me deixam surdo.
Preciso que o mundo escute
Mesmo que não entendam nada,
O vazio é muito estranho
Dizem que não preenche nada
Pois estou vazio
E estou cheio disso.
Não adianta procurar rimas
Porque dor não rima com amor,
É certo que é loucura
Mas a cura é um devaneio
Grito sem receio
Não podem me ouvir mesmo
Sua audição é tão curta
Que a si próprio não escutam
E para que sentir
Um dia vem atrás do outro
O difícil é não sonhar
Quando se fica acordado muito tempo.


Roberto 24/07/92

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